Quando eu era garoto, lembro de como o aprendizado era custoso. Tinha nove anos e estava diante de um livro de ciências. Precisava aprender para a prova. Li e reli o dia todo. Na minha cabeça, sabia tudo. No dia seguinte, fiz a prova. Tirei sete.

Não entendi. Como podia ter estudado tanto e tirado uma nota ruim? Será que eu era burro?

Na prova seguinte, estudei menos. Tirei nove e meio. Como podia ser? Seria eu inteligente?

Isso me confundiu.

Aprender era um mistério. Às vezes, eu tentava com toda força e o conhecimento me fugia como areia entre os dedos. Outras, mal me esforçava e a compreensão se aninhava em mim com a firmeza de uma marca em ferro.

Ora burro, ora inteligente. Qual seria a verdade?

Foi assim que cheguei à Psicologia. Depois, à Filosofia. Em 2009, descobri o trabalho de Reuven Feuerstein. Seu método mudava vidas. Vi soldados, privados da fala por ferimentos cerebrais, recuperarem-na; vi vítimas de AVC readquirirem suas funções; vi crianças condenadas pelo ensino tradicional erigirem-se acima das expectativas e florescerem.

Estava fascinado.

Me tornei mediador do método. Trabalhei com ele por mais de dez anos. Funcionava. Mas vi que podia ir além. Havia lacunas, territórios inexplorados. Poder-se-ia ampliar o escopo, articular Aristóteles e sua lógica ao processo de aprendizado, estruturá-lo à maneira dialética, fazendo da educação não um mero receituário, mas uma descoberta guiada.

Em 2020, dei forma ao que faltava, e assim surgiu o Ferramentas da Inteligência. A Psicologia, a Filosofia, a Educação Clássica, tudo isso se entrelaçava, e ganhava corpo em um programa unificado.

Agora, após essa jornada, compreendo, enfim, os meandros pelos quais a inteligência humana opera. Sei o que faz um aprendizado fixar-se ou esvair-se, o que distingue um espírito sagaz de um obtuso, e como conduzir mentes à excelência.

Cheguei ao termo da busca.

Porém, quem recebe uma dádiva, deve reparti-la. "Não faz sentido acender uma lâmpada e depois cobri-la com uma vasilha ou escondê-la debaixo da cama. Pelo contrário, ela é colocada num pedestal, de onde sua luz pode ser vista pelos que entram na casa." (Lucas 8:16)

Eis minha história. Eis o que esta casa oferece.

Se você também sente que há em ti um potencial maior que ainda não se manifesta, e se está disposto a reclamá-lo como seu, então sê bem-vindo. Entra, pousa, e parte levando contigo um lume desta chama.